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SOS Amianto recebe número extraordinário de queixas de trabalhadores de indústrias que usavam amianto como é o caso da LISNAVE

Em menos de 15 dias, o SOS AMIANTO – o primeiro Grupo de Apoio às Vítimas do Amianto, já contou com mais de 20 denúncias desde vítimas e familiares. Há também muitos pedidos de esclarecimento sobre a remoção do amianto em escolas e informações sobre a existência deste material em muitos edifícios públicos e privados.

Foi de forma surpreendente que a Quercus assistiu à reação dos portugueses quanto à criação da plataforma SOS AMIANTO. O número de contactos vindos de norte a sul do país foi maior e mais célere do que se havia antecipado. Isto revela desde logo, a preocupação cada vez maior quanto a este assunto e a falta de meios para esclarecer as muitas questões levantadas pela utilização deste material durante décadas. São muitas as dúvidas que agora colocam todos aqueles que direta ou indiretamente estiveram expostos a este tipo de ambiente.

Um dos casos que mais chamou a atenção foi o de Carlos Guerreiro, trabalhador da LISNAVE, desde 1972 a 2000, doente pulmonar no qual foi diagnosticado placas pleurais provocadas por exposição a fibras de amianto. Mecânico na área de manutenção e preparação mecânica, lidava diariamente com amianto, muito presente nos barcos. Nesse tempo para retirar as mantas de isolamento das condutas, não recorriam a qualquer tipo de proteção, nem existia vigilância médica para a área pulmonar. Este é um exemplo de doença provocada por exposição ocupacional ao amianto, material muito utilizado na indústria naval.

Tendo em conta o número de trabalhadores que laboram neste tipo de indústria e sabendo que nos seus fatos de trabalho ficavam alojadas fibras de amianto, fatos que depois são lavados em contexto familiar, não é de estranhar que venha a existir um aumento considerável do número de casos diagnosticados associados a este carcinogénico.

Na sequência do trabalho já feito pelo Grupo de Apoio às Vítimas de Amianto em Portugal – o SOS AMIANTO foi chamado a participar na luta contra a proibição global do uso do amianto junto dos líderes do G20, que irão reunir no próximo dia 30 de novembro em Buenos Aires.

Diversos Grupos de Apoio às vítimas de atuação mundial juntam-se à causa e aos muitos desafios que o mundo enfrenta e para os quais se preocupam em encontrar o melhor caminho a seguir para este problema, com o reconhecimento do impacto devastador à sua exposição, com mortes associadas. Em 2017 mais de 230.000 pessoas morreram no Mundo por doenças relacionados com o amianto, o nível mais alto registado até agora. A maioria das mortes deve-se a exposição ocupacional, mas há muitas derivadas da exposição ambiental.

O SOS AMIANTO cumpre o objetivo: Informar, Aconselhar e Sensibilizar