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Campanha de diagnóstico do Mesotelioma por exposição ao amianto

Em Portugal, ocorrem cerca de 38 casos de Mesotelioma Pleural Maligno (MPM) por ano, o que, quando comparado com o número de casos registados noutros países ocidentais, é manifestamente baixo. Consideramos que esta subidentificação do MPM pode estar associada a diagnósticos incorretos ou a estágios avançados da doença.

Muitos destes casos envolvem pessoas que tiveram exposição indireta e ambiental ao amianto, seja porque são familiares ou partilham residência com trabalhadores nas indústrias onde ocorreu a exposição ao amianto, ou porque estiveram em contacto com o amianto numa situação ambiental e não ocupacional.

OBJETIVOS

Rastreio do Mesotelioma Pleural Maligno numa população exposta indiretamente ao amianto por mais de 10 anos.

Desenvolvimento de terapias médicas e cirúrgicas e dinamização da investigação do MPM através da validação de um método de rastreio pela análise de compostos orgânicos voláteis no ar expirado em conjunto com tomografia computorizada torácica de baixa dose.

Promoção da disseminação científica de métodos de diagnóstico precoce e resultados de tratamento em Congressos Internacionais.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Embora o MPM já esteja incluído na lista de doenças ocupacionais em Portugal, apenas 3% dos casos são reportados, uma vez que o seu reporte como doença ocupacional não é obrigatório.

A produção e uso de materiais de amianto, especialmente na indústria da construção e da construção naval, foram proibidos na Comunidade Europeia em 2005, pelo que, devido ao período de latência prolongado do MPM, espera-se que o pico desta doença ocorra entre 2020 e 2040.

PANORAMA GLOBAL DO MPM

A mortalidade conhecida atualmente a nível mundial de MPM é de cerca de 92.500 casos por ano, e para melhorar a resposta no tratamento desta doença, é necessário criar uma estratégia de diagnóstico precoce e naturalmente desenvolver estratégias terapêuticas, incluindo a cirurgia. O facto de a evolução do MPM ser lenta e a maioria dos diagnósticos ser feita já numa fase avançada da doença contribui para a sobrevivência média para todos os estágios da doença variar entre 9 e 17 meses e, se não tratada, entre 4 e 8 meses.

DIAGNÓSTICO PRÉVIO AO MPM

Para o estudo, serão selecionados 100 voluntários que estamos a referenciar, após um processo de análise de candidaturas, tendo em conta os critérios definidos pelo projeto – trabalhador com mais de 10 anos de exposição a amianto nas indústrias de construção naval, fibrocimento e construção civil.

O objetivo deste Diagnóstico é promover a identificação de potenciais vítimas, e auxiliar para que tenham um diagnóstico precoce do Mesotelioma Pleural Maligno, permitindo que possam ser acompanhados pelos profissionais de saúde assistentes com o intuito de contribuir para uma sobrevivência mais longa para estes pacientes.

Este projeto, que decorre em parceria entre a SOS AMIANTO e a Unidade de Pulmão da Fundação Champalimaud.

Acreditamos que este estudo pode alterar significativamente o diagnóstico e tratamento do Mesotelioma Pleural Maligno no cenário mundial.

EQUIPA

COORDENAÇÃO DA SOS AMIANTO:

Carmen Lima, licenciada em Engenharia Ambiental, com especialização em Gestão Ambiental e curso de pós-graduação em Construção Sustentável, frequência de disciplinas da parte curricular do mestrado em Construção (IST), Mestrado em Planeamento e Construção Sustentável, a frequentar o doutoramento em Engenharia Ambiental (IST) para investigar o tema do Amianto.

COORDENAÇÃO DA FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD:

Jorge Cruz, Especialista em Cirurgia Torácica – Fundação Champalimaud, Professor Auxiliar de Cirurgia Cardiovascular na Faculdade de Medicina de Lisboa; Regente da Área Cardiovascular e Membro do Conselho Pedagógico desta Faculdade; Investigador Principal – Instituto de Medicina Molecular (IMM) de Lisboa – Unidade do Sistema Nervoso Autónomo e Membro da Unidade de Investigação em Oncologia e Medicina Translacional deste Instituto; Professor do mestrado em Bio-Oncologia na área de “Cirurgia de Metástases Pulmonares” – IMM/H