A PERIGOSIDADE

O IARC – Internacional Agency for Resource of Câncer – classifica como carcinogénico (agente, mistura ou exposição suscetível de produzir ou favorecer o cancro) todas as variedades de amianto, pelo que a exposição deve ser reduzida ao mínimo.

A OMS – Organização Mundial da Saúde, chega mesmo a referir que «não se conhecem valores limites de exposição abaixo dos quais não haja risco cancerígeno» e alerta para os riscos de exposição ao amianto e seus efeitos na saúde ambiental.

Em 2003, na Alemanha (Dresden), a Conferência Europeia sobre Amianto, considerou inclusive que o amianto continuava a ser o mais importante agente tóxico cancerígeno, presente nos locais de trabalho, na maioria dos países.

O QUE É O AMIANTO?

O amianto é um grupo de minerais fibrosos naturais, amplamente utilizados na construção e em várias indústrias devido às suas propriedades únicas.

Grande resistência mecânica às altas temperaturas, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, resistente ao ataque de ácidos e bactérias, facilidade de ser trabalhada como um tecido e baixo custo.

Face a estas características, o amianto foi amplamente utilizado, entre 1945 – 1990, em diversos materiais para fins domésticos, uso industrial e para a construção.

PROIBIÇÃO DO USO

A Diretiva 1999/77/CE da União Europeia proibiu a utilização de todas as fibras de amianto e foi aplicada em Portugal a 1 de Janeiro de 2005. Para os países como Portugal, onde o amianto é proibido, devem ser implementadas ações de controlo e monitorização.

Rocha de amianto

RISCOS

Segundo a OMS, desde que os materiais contendo amianto estejam em bom estado de conservação – não aparentem vestígios de degradação ou fissuração, não estando a libertar fibras para o ar – não constituem um perigo para a saúde ambiental.

No caso de verificar que os materiais estão num avançado estado de degradação, onde o risco de libertação de fibras é maior, sugerimos que contate a Delegação de Saúde da região de modo a expor a situação.

Para ajudar, a SOS amianto preparou uma listagem de dúvidas mais frequentes sobre amianto (FAQ).

RECOMENDAÇÕES

No caso de serem identificadas situações com risco de exposição para as pessoas, quer em situações de saúde ocupacional, quer em situações de saúde ambiental, deverão tomadas medidas para corrigir e minimizar esta exposição.

Neste caso, os empregadores são obrigados a identificar a presença ou a suspeita da presença de amianto nos edifícios ou instalações e a transmitir essas informações a todas as pessoas suscetíveis de se encontrarem expostas – no âmbito da sua utilização, de trabalhos de manutenção ou de outras atividades no interior ou no exterior dos edifícios.

TIPOS DE FIBRAS

O Crisótilo (amianto branco) é o mais utilizado, representando cerca de 95% do amianto usado comercialmente

Existem 6 tipos de fibras de amianto, caracterizados pela diversidade fibrosa destes minerais metamórficos: crisótilo (amianto branco), crocidolite (amianto azul), amosite (amianto castanho), antofilite, actinolite e tremolite. Em termos de estrutura, estes minerais distribuem-se por dois grupos principais: serpentina e anfíbolas.

O crisótilo possui fibras em forma de serpentina, são muito flexíveis, finas e longas e existem em maior abundância. O amianto em forma de anfíbola apresenta-se em formato de agulha, tem uma maior resistência ao calor e à acidez que as fibras em serpentina, no entanto são mais vulneráveis à alcalinidade.

VIAS DE EXPOSIÇÃO

As três vias de exposição ao amianto são a cutânea, a ingestão e a inalação, sendo a última classificada como a que potencia maiores efeitos na saúde

A OMS aponta para o desenvolvimento de uma série de neoplasias malignas, entre as quais cancro no pulmão, cancro do ovário, cancro da laringe ou cancro do estômago.

As fibras de amianto quando inaladas ficam imersas no muco do trato respiratório, sendo posteriormente deglutidas e conduzidas ao trato digestivo.

Alguns autores acreditam que as fibras são capazes de atravessar a mucosa gastrointestinal e serem transportadas para outros locais do organismo. Contudo, segundo a OMS a ingestão de fibras de amianto não constitui perigo para a saúde.

Em termos ambientais, os efeitos manifestam-se nos humanos enquanto seres vivos de um habitat, expostos aos riscos de amianto.

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Imagem CT de um mesotelioma avanaçado devido à exposição de amianto
Imagem CT de um mesotelioma avançado devido à exposição de amianto
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Associação Portuguesa de Proteção Contra o amianto
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